Por que os elevadores utilizam números negativos na cabina?

Quem mora em um prédio com mais de 15 anos, talvez já tenha notado que o elevador possui “letras” nos botões em alguns andares, tais como: P (portaria ou play, depende do fabricante do elevador), T (térreo), A (acesso), C (cobertura), G (garagem), SS (sub solo), SL (salão de festas), L (lazer ou lobby).

Agora quem mora em prédios mais novos, talvez já tenha percebido que possuem apenas números e em alguns casos, números negativos. Por que esses elevadores possuem esses números? Não pode ser igual a antes? Essas são algumas perguntas que os moradores e até mesmo as construtoras possuem, com isso esclareceremos essas dúvidas no artigo de hoje.

Como era e por que mudou o formato?

Até o ano de 2007, não existia norma específica que definia como os botões podiam ser em questão de identificação. Pela Norma Mercosul a NM 207, não tinha nada definido em relação aos botões, com isso cada fabricante utilizava a letra que quisesse para definir os andares principais.

Em 2007, com o avanço da inclusão social pelo mundo, foi criada a norma ABNT NBR NM 313, na qual foram acrescentados vários itens para atender as pessoas com alguma deficiência. Foi percebido que cada fabricante de elevador tinha a sua identificação nos botões e que com isso, um deficiente visual poderia ter dificuldade de saber qual é o andar principal em caso de emergência. Exemplo: um deficiente está em um consultório ou hospital e precisa ir para a portaria, alguns elevadores utilizam a portaria com a letra “P” e outros com a letra “A”, isso traz dúvidas para quem frequenta diversos lugares.

Com isso, foi padronizado em toda a Mercosul, a maneira que tinha que ser para atender a todos. No Brasil teve muita resistência no início, devido à confusão maior que estava gerando. Pela norma o andar principal tem que ser o “0”, andares abaixo tem que ser identificados com o sinal de menos (-) crescente e os andares acima crescente, exemplo:

2 — Segundo andar pode ser com apartamentos ou, garagem, play…entre outros.

1 — Primeiro andar pode ser com apartamentos ou, garagem, play…entre outros.

0 — Térreo, portaria, (sempre será representado pelo andar principal em qualquer país da Mercosul).

-1 — Subsolo, garagem abaixo do térreo.

-2 — Subsolo, segunda garagem abaixo do térreo.

Apesar de ser bem confuso no início, para a pessoa com alguma deficiência foi de grande importância, pois é padrão em qualquer elevador da Mercosul, independente de fabricante. Para quem tem deficiência visual, por exemplo, foi essencial, pois independente de qualquer situação ele sabe que o andar principal é o número “0”, representado em braille que é obrigatório e aviso sonoro no andar.

Apesar de a norma ter entrado em vigor no ano de 2008, inúmeras fabricantes optaram em deixar no formato antigo, devido à grande reclamação de construtoras e moradores. Não durou muito e a fiscalização da prefeitura, juntamente com o CREA, começaram a não deixar entregar elevadores novos se não tivessem conforme a norma NM313. Foi a partir daí que de fato no Brasil começou a seguir esse novo padrão de numeração para os botões. Estimasse que no país começou de fato em 2011 em diante, após 3 anos da implementação da norma.

Qual parte da norma que fala sobre a identificação dos botões?

A norma como dito anteriormente é a ABNT NBR NM313, e está no item 5.4.2:

5.4.2 Botoeiras de cabina

5.4.2.1 O(s) botão(ões) usado(s) para a operação do elevador devem ser identificados como segue:

a) botão para cada pavimento: identificado com os símbolos -2, -1, 0, 1, 2, etc.;

b) botão de alarme: amarelo, com o símbolo conforme Tabela 3 c);

c) botão “reabrir” a porta: identificado com o símbolo conforme Tabela 3 c);

d) botão de fechamento de porta: identificado com o símbolo conforme Tabela 3 c);